segunda-feira, 6 de junho de 2011

A ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA, A PSICOLOGIA E A PSICOTERAPIA NO NORDESTE DO BRASIL(*)  

Acredito que a psicologia e a psicoterapia -- para ficar apenas nestas duas áreas -- sofreram no, Nordeste do Brasil, uma influência bastante diferenciada e produtiva da Abordagem Centrada na Pessoa. Uma influência que, quero enfatizar, está ainda por oferecer os seus frutos mais ricos e significativos. Esta influência diz respeito, fundamentalmente, ao papel da abordagem na constituição e no desenvolvimento de uma área fenomenológico existencial de psicologia e de psicoterapia entre nós. Uma área que, hoje em dia, desenvolve-se de um modo saudável e vigoroso, atendendo a uma crescente demanda, em termos qualitativos e em termos quantitativos, e deixando antever um significativo potencial de interessantes possibilidades, especificamente relacionadas aos devires sócio-culturais da Sociedade Nordestina.
Neste processo de constituição de uma área fenomenológico existencial de psicologia e psicoterapia no Nordeste do Brasil, a abordagem Centrada na Pessoa esteve praticamente sozinha por bastante tempo. Mais recentemente, é que a Gestalterapia começou a consolidar-se de um modo mais consistente como uma alternativa nesse espaço da psicologia e da psicoterapia.

Isto é válido, em particular, para cidades como Recife, João Pessoa, Maceió e Natal. Em Fortaleza, a abordagem ocupou um lugar importante, mas a Gestalterapia tem tido um presença consistente desde os anos oitenta. Em Salvador, a realidade é bastante diferente, não tendo, aparentemente, se consolidado um espaço da Abordagem Centrada. A área de psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial constitui-se originalmente a partir do trabalho de Psicodramatistas, principalmente os imigrados da Argentina, durante os anos setenta, e de alguns Gestalterapeutas isolados.

Uma escassa identificação cultural e sócio econômica com as perspectivas e posturas do Movimento Psicanalítico pioneiro, constituiu, e constitui , a ACP, para um significativo número de profissionais do Nordeste, como uma preciosa alternativa para a prática e para a produção da psicologia e da psicoterapia. Neste sentido, nunca será muito reconhecer a importância do trabalho de Carl Rogers -- e de outros psicólogos fenomenológico existenciais, como Perls, Moreno, Biswanger, Boss, Laing e outros -- na constituição, a partir das influências filosóficas e culturais, de uma vertente fenomenológico existencial no âmbito da psicologia e da psicoterapia em todo o mundo. O trabalho de Rogers e de seus colaboradores teve, assim, uma receptividade e uma ressonância particulares no Nordeste Brasileiro, em função da precocidade de sua chegada, e do fato de ir ao encontro de necessidades específicas da psicologia e da psicoterapia entre nós.
http://www.terravista.pt/FerNoronha/1411
CENTRO DE ESTUDOS DE PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL.
"Eu faço as minhas coisas e você faz as suas.
Eu não estou neste mundo para satisfazer as suas expectativas.
E você não está neste mundo para satisfazer as minhas.
Você é você, e eu sou eu.
E, se por acaso, nós nos encontrarmos, será ótimo.
Se não, nada se pode fazer."
Frederick Perls
Ponto G.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Uma curiosidade da Gestalt

A palavra Gestalt tem origem alemã e surgiu em 1523 de uma tradução da Bíblia, significando "o que é colocado diante dos olhos, exposto aos olhares". Hoje adotada no mundo inteiro significa um processo de dar forma ou configuração. Gestalt significa uma integração de partes em oposição à soma do "todo".

A palavra gestalt tem o significado de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos. Uma gestalt é produto de uma organização, e esta organização é o processo que leva a uma gestalt.lavra gestalt tem o significado de uma entidade concreta, individual e característica, que existe como algo destacado e que tem uma forma ou configuração como um de seus atributos. Uma gestalt é produto de uma organização, e esta organização é o processo que leva a uma gestalt.


quarta-feira, 1 de junho de 2011

Só sou o que sou fora de mim, no mundo, nas imagens e no outro.

cavalo perseeguido por planetas

canal vaginal da mulher

mulher sentada

personagens na noite guiados por caracois fosflorecentes

                                    catalão universal tirada pelo famoso fotógrafo Man Ray.
              "Pouco importa que o quadro seja destruído. A arte pode morrer o que conta é que tenha espalhado suas sementes pela terra" Joan Miró
       

Psicodrama

Jacob Levy Moreno
...e quando me tiveres encontrado, eu arrancarei os teus olhos e os colocarei no lugar dos meus, e tu arrancarás os meus olhos e os colocarás no lugar dos teus. Assim, eu passarei a ver com os teus olhos, e tu a ver-me, com os meus.


        Foi Moreno que "formalizou" a ideia de espontaneidade.
        A espontaneidade, a criatividade e a sensibilidade são recursos inatos do homem. Desde o início o ser humano traz consigo fatores favoráveis ao desenvolvimento desta capacidade, porém estes fatores podem ser perturbados por ambientes ou sistemas sociais constrangedores.
      Moreno, não considerava o nascimento como um evento angustiante e traumático, e concebia o rebento humano como um agente participante desde o primeiro momento em que ele aparece perante os outros, tendo até começado a sua participação antes de se "estrear" ao Mundo. A Espontaneidade é a capacidade de responder adequadamente a uma situação, e é utilizada pela primeira vez logo no nascimento.
      O Homem nasce espontâneo e deixa de o ser devido a fatores adversos tanto do ambiente afectivo-emocional (matriz de identidade), quanto do ambiente social em que a família se insere (rede social).
     Para que tenhamos o prazer em nos sentirmos vivos é preciso que nos reconheçamos como agentes de nosso próprio destino. A espontaneidade é a capacidade de agir de modo "adequado" diante de situações novas, procurando transformar seus aspectos insatisfatórios em positivos ou construtivos.
    
Para promover mudanças no ambiente, pensamos e agimos em função de relações afetivas, mesmo que não o façamos conscientemente.
A possibilidade de modificar uma dada situação implica criar, e a criatividade é indissociável da espontaneidade (esta permite que o potencial criativo se atualize e se manifeste).

terça-feira, 31 de maio de 2011

FENOMENOLOGIA DA PERCEPÇÃO:

Uma complicação atrás da outra...

Lendo e relendo os conceitos fenomenológicos propostos por Husserl, creio que cada um faz uma interpretação do que foi dito e escrito por ele, só que ai é que mora o problema, até então nos deparávamos apenas com objetos e comparações simples e corriqueiras como pensar, por exemplo, no retorno às coisas mesmas como um ato obrigatório para entender  um acontecimento ou “o” acontecimento, mas o que o texto de Maurice Merleau-Ponty nos propõe é que voltemos a nossa percepção para uma fenomenologia diária, e ai o negocio complica e fica bem difícil. O que quero dizer é que eu fazia exatamente o que ele critica neste texto, ou seja, entendia, ou pensava que entendia, o mundo apenas por sua definição e não pelo que de fato ele é, separava conceitos onde o mundo para um é assim e para outro é assado, entende? Separava as definições no intuito de tornar qualquer diálogo a respeito do assunto mais democrático e ainda assim sem perceber não chegava a lugar nenhum.
Vamos ao conteúdo do texto, mas antes vamos dar uma olhadinha em alguns conceitos da Fenomenologia: Retorno às coisas mesmas, Essência/Existência ou Existência/Essência (restos do meu ego existencialista), Intencionalidade, Redução Fenomenológica. Espero sinceramente conseguir abarcar cada um deles, pois no texto foram de suma importância para meu entendimento. O que é fenomenologia? A definição fechada para mim é dificílima, mas creio que a definição seria entender um fenômeno através de um retorno ao momento em que ele aconteceu e tentar entendê-lo sem utilizar nenhum conceito pré- fabricado. Creio que seria esta a minha resposta em qualquer outra situação, porém no texto o autor nos coloca frente a frente com outro conceito, bem mais completo admito, diz que a fenomenologia é o estudo e a definição de essência,  da essência da consciência e essência da percepção, veja ai o porque logo o inicio do texto eu fiquei em duvida se seria realmente capaz de escrever algo que pudesse definir esta filosofia. Pois bem o retorno às coisas mesmas que eu julgava a simplicidade em conceito, não é bem assim: o retorno que ele nos mostra seria justamente voltar ao momento em que algo me aconteceu e julgar qual foi a minha percepção dele, já a intencionalidade seria entender, por exemplo, que um carro significa algo para mim e para outra pessoa significa algo completamente diferente mas o carro em si é uma coisa que não se modifica ele apenas é, dêem a ele uma nova pintura, rodas novas, equipamentos de ponta mas mesmo assim ele continuará a ser um amontoado de ferro em cima de quatro rodas que rodam em direção a algum lugar, pois quando disse que a representação de um carro difere de mim para você é porque intencionei diferentemente de você. Entendeu?
 E por ultimo a existência precedendo a essência, é como dizer que eu existo e que o que me define já está em mim, e não em outra instância fora, como se eu já trouxesse desde o momento em que fui gerado a letra T do meu nome e assim ficasse impossível de ser outro cujo nome começaria pela letra J. No texto ele ainda quebra algumas outras definições que eu já havia adotado como certas, por exemplo, ele nos propõe pensar o mundo como o que ele é e não através de definições separadas como as econômicas, biológicas, sociológicas ou filosóficas. Espero sinceramente que o que eu escrevi não tenha ficado completamente sem sentido, pois para mim apesar de bastante complicado foi também muito prazeroso ligar a Fenomenologia à Percepção e entender que desta forma ela faz mais sentido.  

PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL:

Uma luz no fim do curso...
Acredito que para todos nós que ingressamos no Curso de Psicologia por não sabermos como este vai  se desenrolar imagina uma coisa e acaba vendo outra, eu por exemplo, imaginava, erroneamente, que logo nos primeiros semestres teríamos aulas de como agir, do que fazer, do que falar para um futuro cliente que estaria em sofrimento mas não, me vi imerso em um mar de matérias que não me diziam nada, não me empolgavam e a partir daí me questionei se estava de fato no curso certo, o primeiro semestre veio e foi embora sem que nos aprofundássemos em nenhuma das matérias, mas agora neste segundo semestre, percebo que como tudo que acontece primeiro tem o poder de nos preparar para o que virá depois. O texto que acabei de ler, que tem o mesmo titulo desta postagem (o subtítulo é meu) nos dá uma leve impressão do que será estar em um processo de escuta com os nossos futuros clientes, estes com seus problemas e dificuldades e nós em uma condição de ajudá-los a se enxergarem melhor.
O motivo pelo qual dei o subtítulo a este texto foi porque depois de me desgostar com algumas teorias e de não simpatizar com outras a Psicoterapia Fenomenológico-Existencial me fez pensar em utilizá-la quando me formar veja bem, é um processo onde o terapeuta dará todo o suporte para o cliente sentir-se a vontade e desta forma que este último possa falar o que lhe aflige, mas por sua vez o terapeuta terá que estar atento a tudo o que lhe édito, tem embasamento na fenomenologia e no existencialismo e até nos conceitos de Carl Rogers, e aproveita o melhor de cada uma deles, os conceitos de Rogers de que: a pessoa sendo, em essência, um organismo digno de confiança, na medida em que ela traz, em si mesma uma tendência natural a se desenvolver de forma construtiva, ou seja, nos permite ter um olhar um pouco mais positivo sobre esse sujeito que se apresenta para a psicoterapia. Do existencialismo ele traz principalmente o conceito o conceito de responsabilidade pelos atos deste cliente, ou seja o terapeuta irá ajudar o seu cliente a tomar consciência de sua responsabilidade sobre seus atos e sobre o “seu mundo”. Da fenomenologia traz o conceito de redução fenomenológica e retorno as coisas mesmas. Mas traz também um “relato” quase intimista da relação terapeuta-cliente, onde coloca também varias responsabilidades sobre os nossos ombros como: esclarecer para os clientes as dificuldades que vêm com as escolhas que ele fizer, olhá-lo e ouvi-lo, trabalhar conjuntamente com ele para que a fala autêntica apareça e por fim o que achei mais interessante estar com ele, sem ser ele. Espero que o texto tenha ficado legal e que todos gostem, fiz o possível.