Acredito que a psicologia e a psicoterapia -- para ficar apenas nestas duas áreas -- sofreram no, Nordeste do Brasil, uma influência bastante diferenciada e produtiva da Abordagem Centrada na Pessoa. Uma influência que, quero enfatizar, está ainda por oferecer os seus frutos mais ricos e significativos. Esta influência diz respeito, fundamentalmente, ao papel da abordagem na constituição e no desenvolvimento de uma área fenomenológico existencial de psicologia e de psicoterapia entre nós. Uma área que, hoje em dia, desenvolve-se de um modo saudável e vigoroso, atendendo a uma crescente demanda, em termos qualitativos e em termos quantitativos, e deixando antever um significativo potencial de interessantes possibilidades, especificamente relacionadas aos devires sócio-culturais da Sociedade Nordestina.
Neste processo de constituição de uma área fenomenológico existencial de psicologia e psicoterapia no Nordeste do Brasil, a abordagem Centrada na Pessoa esteve praticamente sozinha por bastante tempo. Mais recentemente, é que a Gestalterapia começou a consolidar-se de um modo mais consistente como uma alternativa nesse espaço da psicologia e da psicoterapia.
Isto é válido, em particular, para cidades como Recife, João Pessoa, Maceió e Natal. Em Fortaleza, a abordagem ocupou um lugar importante, mas a Gestalterapia tem tido um presença consistente desde os anos oitenta. Em Salvador, a realidade é bastante diferente, não tendo, aparentemente, se consolidado um espaço da Abordagem Centrada. A área de psicologia e psicoterapia fenomenológico existencial constitui-se originalmente a partir do trabalho de Psicodramatistas, principalmente os imigrados da Argentina, durante os anos setenta, e de alguns Gestalterapeutas isolados.
Uma escassa identificação cultural e sócio econômica com as perspectivas e posturas do Movimento Psicanalítico pioneiro, constituiu, e constitui , a ACP, para um significativo número de profissionais do Nordeste, como uma preciosa alternativa para a prática e para a produção da psicologia e da psicoterapia. Neste sentido, nunca será muito reconhecer a importância do trabalho de Carl Rogers -- e de outros psicólogos fenomenológico existenciais, como Perls, Moreno, Biswanger, Boss, Laing e outros -- na constituição, a partir das influências filosóficas e culturais, de uma vertente fenomenológico existencial no âmbito da psicologia e da psicoterapia em todo o mundo. O trabalho de Rogers e de seus colaboradores teve, assim, uma receptividade e uma ressonância particulares no Nordeste Brasileiro, em função da precocidade de sua chegada, e do fato de ir ao encontro de necessidades específicas da psicologia e da psicoterapia entre nós.
http://www.terravista.pt/FerNoronha/1411
CENTRO DE ESTUDOS DE PSICOLOGIA E PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL.
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